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quinta-feira, março 12, 2009

Lapsus Memoriae…




Opinião de
João Milheiro


"Se há coisas que não entendo nem sequer compreendo, é o facto de haver um património por todos ou quase todos reconhecido e por ninguém ou quase ninguém tratado". Foi desta maneira que o vereador Dr. João Carlos da Silva Rua se expressou num artigo publicado (mirapolis.blogspot.com) no dia 04MAR2007.

No artigo em causa (Casas Florestais... e Esquecidas também...), o Dr. João Carlos Rua lamentava-se: "às vezes as coisas importantes quando estão demasiado perto de nós quase que nos convidam ao esquecimento... E as Casas Florestais são um património demasiado importante na história e na memória das nossas gentes". De facto assim é. E se assim é de facto, julgo da mais elementar sensatez concluir que não há quem não concorde com tão sentidas palavras. Sobre este assunto, entendo desnecessário acrescentar seja lá mais o que for. Entendo mesmo, de uma forma sucinta, que acaba por estar tudo dito: Casas Florestais… Património… História… Memória das nossas gentes… e o Esquecimento também. Já lá vamos ao esquecimento. Entretanto…

Numa das últimas edições do jornal "Expresso", foi-nos dado conta que a UNESCO considera que o nosso património é "uma vergonha" e que, nesse sentido, está a ser ponderada a possibilidade da anulação dos títulos de Património da Humanidade atribuídos por aquela instituição a vários monumentos portugueses, considerando o estado de abandono a que estes se encontram votados.

"De um país desenvolvido espera-se que tome melhor conta dos seus bens do que um país que está com fome. É-lhe exigido um trabalho mais cuidado. Se temos tanto orgulho na nossa herança histórica, no peso do nosso passado, temos de mostrá-lo no concreto" Assim fala Fernando Andersen Guimarães, presidente da Comissão Nacional da UNESCO, no âmbito de um artigo publicado no semanário acima apontado. Por sua vez, Filipe Luís (cronista da revista "Visão") sobre o mesmo assunto, e num artigo que intitulou "Patos Bravos" – Visão nº.827 –, desabafa: "O que fizemos? O que estamos a fazer? A preservação do património histórico é um imperativo cívico… falte-nos o pão na mesa, que é transitório, mas não nos falte a memória colectiva, que é irrecuperável".

Resumindo, fica a certeza, mais do que a ideia, de que para a UNESCO (e para o Filipe Luís também) alguém, ao mais alto nível do estado, se anda a… esquecer… do nosso património nacional.

Esquecer é o mesmo que… não fazer caso de; desprezar; perder a sensibilidade; deixar fugir da memória.

Bom, se a nível nacional o património tem vistas para a Rua da Amargura, por cá, pelas nossas terras, para que rua tem vistas o nosso património?

Se em Março de 2007, o panorama não era famoso, antes pelo contrário, hoje, em Janeiro de 2009, e com as próximas eleições autárquicas ao alcance da vista, como está o nosso património? Como é que está "a promoção dos Moinhos enquanto importante património etnográfico"? Como é que estão as Casas Florestais e "a sua recuperação para fins de interesse turístico"? Como é que está o "programa de reabilitação da Casa Gandareza"? Como é que estão os Palheiros de Mira? Quem é que tem andado a não fazer caso do nosso património? Quem é que tem andado a deixar fugir da memória os compromissos assumidos (em caderno eleitoral) com os Mirenses? Quem é que no governo autárquico com funções especificas de zelar pelo património histórico, cultural e arqueológico, anda a ter "brancas" relativamente a importantíssimos aspectos que se prendem com a nossa memória colectiva?

É certo que as contas se fazem no fim, como, em tempos, um "amigo" me escreveu, mas também não é menos certo que é na soma de cada parcela que se vai sentindo o "andar da carruagem" e se vai aquilatando do acerto do resultado final. Confesso que não sou lá daquelas coisas nas contas mas, em todo o caso, estou em crer que também nestas contas, nas do património, nem com múltiplas provas dos nove se vai achar um acertado somatório. A ver vamos… e já não falta muito.

Permito-me terminar estas linhas com mais um desabafo do Filipe Luís (o tal cronista da revista "Visão"): “Num país que faz do turismo a sua principal indústria, um verdadeiro cluster, deixar degradar os monumentos não é apenas criminoso: é economicamente estúpido". Deixar degradar o património não é apenas criminoso… é economicamente estúpido?... Olha, será que por cá também "voam"… "aves selvagens"?

Nota: Bem sei que no Caderno Eleitoral (para o quadriénio 2005 – 2009) do partido que suporta o executivo autárquico, nada consta – nem uma vírgula tão pouco – sobre os Palheiros de Mira, mas sempre estou em crer que mais não terá sido senão um Lapsus Memoriae… Esquecimento… em bom português.

9 Comments:

  • At 11:56, Anonymous Anónimo said…

    Sr João Milheiro. Ao que sei e que reconheço em si o Sr. faz quilometros e quilometros de bicicleta e vê tudo e mais alguma coisa. O que me espanta de facto é que só agora é que anda a ver certas e determinadas coisas...já agora...já agora pergunto-lhe se já passou ali por uma berma da barrinha e viu um palheiro que o sr construiu com o seu irmão sem qquer tipo de licença ??? O sr parece que só vê aquilo que quer. Aqui na praia nós não somos tolinhos...já viu a requalificação das margens da barrinha que se está a fazer ? a limpeza e asseio da varanda verde tb já viu ? os bungalows no parque ? veja tudo não veja só aquilo que lhe interessa ver...um abraço. João Paulo. Barra

     
  • At 17:38, Anonymous Anónimo said…

    Não há verbas para nada quanto mais para aspectos culturais e de preservação de patrimónios. Em Portugal não se valorizam os arqueólogos, antropólogos e o pessoal de história de arte. Nem o pessoal das Ciências da educação nem da Pedagogia. Na realidade até há dinheiro, mas é mais direccionado para autoestradas, derrapagens orçamentais, etc...

     
  • At 01:47, Anonymous Anónimo said…

    Era só pra lhe lembrar que a sua junta de freguesia é Praia e Barra!!! Não sei se sabe onde fica!!! Já me lembro, sabe onde fica pois já lá foi...para parar uma obra (paredão)!!! Onde andava para defender os interesses da Barra quando fizeram um na Vagueira!!! A Barra não vê um cêntimo desta junta, é tudo prá Praia. Mais um caso de uma terra com enorme potencial que não evolui devido á incompetencia e falta de visão do poder local. Mal por mal mais valia pertencer ao Seixo porque ligados á Praia nunca vamos a lado nenhum. A única coisa que a Praia manda prá Barra é água no inverno porque tem muita na Praia (já de verão ficam com ela)...já me esquecia que também mandam azeitonas pelo canal durante todo o ano.

     
  • At 23:16, Anonymous Anónimo said…

    Sr. João Paulo (Barra):

    Apenas umas breves linhas ao seu comentário.

    Quando escreve que eu e o meu irmão construímos um palheiro (que por acaso, e na minha opinião, até é das coisas mais bonitas, mais bem apresentadas, melhor enquadradas e melhor produzidas que - de à muitos e muitos anos a esta parte - se construíram neste nosso concelho de Mira), permita-me que lhe responda com aquele famoso comentário produzido por politico que já não "milita" entre nós:

    Olhe que não, sr. João Paulo... Olhe que não.

    Para terminar, que o resto virá em ocasião mais adequada, e quanto aos lindíssimos bungalows no Parque Municipal de Campismo, ainda bem que assim é sr. João Paulo. Ainda bem que, finalmente, aquele espaço começa a estar equipado e apresentado
    com a dignidade que à muito lhe é efectivamente devida. Sabe sr. João Paulo, é que proventos da exploração do Parque Municipal de Campismo é coisa que, ao longo dos anos, não tem faltado aos nossos governantes autárquicos.

    A titulo de exemplo, levo ao seu conhecimento (se é que é desconhecedor) que só na época de 2007:

    "O sr. Vice-Presidente da Câmara (dr. Manuel Martins) informou - a assembleia municipal - que a receita do Parque de Campismo, rondava os 400 mil euros (oitenta mil contos em pilim do velho)". Página 14 da Acta nº.7/2007 da sessão ordinária da Assembleia Municipal de Mira, realizada no dia 27 de Setembro de 2007. Por conseguinte, e como vê, quanto à "boa vontade" em ali fazer obra, julgo que ficamos mais que falados. Já ontem era tarde.

    Afinal de contas sr. João Paulo, quando faço quilometros e quilometros de bicicleta, parece que também ando a ver coisas... que a vista não alcança e, já agora, quando passar por si (ou o sr. por mim), apresente-se que é para lhe dar um...


    Abraço.

    João M. J. Milheiro

     
  • At 05:26, Blogger seixomirense said…

    O Parque de Campismo rende 80 mil contos? 80 mil contos??? Logo via porque é que para trabalhar lá tem que se ser submetido a rigorosas entrevistas e baterias de testes! Quanto à Barra de Mira é óbvio que poderia pertencer à Junta de Freguesia do Seixo. Para mim será sempre a Praia do Seixo...

     
  • At 10:13, Anonymous Anónimo said…

    Oh seixomirense...só agora descobriste a pólvora ??? Que engraçado...os assuntos que falas parecem ter sempre a mesma direcção a atacar...deves ser mais um dos ressabiados do costume...cresce e aparece...descute as coisas com honradez e não andes por aí a mandar bocas para o ar como os putos se atiram a pedra e se escondem na primeira esquina...

     
  • At 18:45, Anonymous Anónimo said…

    Claro que descobri a pólvora! Sabes, como não ando nos meandros do poder, dos tráficos de influência não estou a par dos valores em dinheiro que circulam por aí! A internet também serve para isso! Para recolher informações, fidediganas ou não, cabe a cada um com o filto que adquiriu com a educação para a cidadania discerni-las! Mas eu ando a atacar alguém? Não como nos bancos alimentares (partidos políticos). Ressabiado: desconfiado, espantadiço, farto de, saturado, desgostoso melindrado. (sim então sou tudo isso, saturado desta classe política que tem governado o país há 30 anos). Contrário de ressabiado: pateta, alegre. (tem paciência mas isso não sou). Isso é a população portuguesa a quem não lhe foi dada mecanismos e ferramentas para assumirem o seu direito crítico à cidadania (vulgarmente chamado o contrário de comer e calar!) Eu já cresci, não sou anónimo! E tu? Quem sabe, um atira pedras...

     
  • At 00:01, Anonymous Anónimo said…

    Ouve lá oh Seixomirense...tu de individuo do Seixo não tens nada. As pessoas do seixo têm dignidade e não aparecem só em certas alturas. Por onde é que tens andado até agora tal como outros que só agora por aqui aparecem a cagar postas de pescada? Já podias ter aperecido com os teus comentários ou mesmo com o teu blogue em 2001 ou em 2005...mas não...também deves ser um pau mandado do cavaquismo...só agora é que te saturaste ??? só agora é que estás farto, desgostoso e melindrado ??? Pessoas como tu não enganam ninguém...andas muito interessado na politica local e nacional...não enganas ninguém com esse discurso...paleio fiado estamos todos fartos...os mirenses sabem bem aquilo que querem...não andem mas é a lançar mentiras e a tentarem enganar o povo...Viva à liberdade. Viva ao Seixo e ao resto do concelho...Mira não está bem ? Imagine-se nas mãos de outros!!!...

     
  • At 18:54, Blogger seixomirense said…

    Eu não sou do Seixo! Como não penso como tu, nem devia existir não é? Aparecer nestas alturas? Quais alturas? Em 2001? 2005? Ouve lá oh Pedro Filipe mas pensas que eu tenho 60 anos ou quê? Cavaquismo? Mas eu ando aqui a enganar alguém? Mira não está bem? Eu não disse nada disso! Basta de embebedar o povão! Estou aqui para dotar o povão de ferramentas e de mecanismos para que possa desenvolver a sua cidadania de forma saudável e activa!

     

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